sábado, 13 de setembro de 2014


[Almada Negreiros]





Tentei ver-te no céu. Talvez por culpa das nuvens ou por o teres abandonado, fiquei na noite densa, dessas onde todos os nossos segredos são revelados em instantes inquietos. Ridículas palavras estas, a lamentar o que não tenho nem devo nem posso. Sou uma mulher, não sou? Nestes enredos de palavras porque não sei falar, abandonei-me num rio qualquer que desaguava por ali. Secamente. Procuro-me? Que doidice, tão gerada onde o nada resigna-se. Cuspo tolices, entrego-me ao acaso, venham espadas, venham floris, estou desguardada.





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